terça-feira, 13 de março de 2012

Santiago de Compostela de bike - dicas práticas parte II

 Trecho do Caminho Francês

Uma dúvida bastante frequente diz respeito ao transporte da bicicleta no avião.

É necessário desmontar algumas peças da bike e embalá-la, seja num mala bike, seja de alguma outra forma. Nós sempre despachamos as bicicletas nos seus respectivos malas bike (que, depois de usados, ficam dobrados dentro de uma bolsa e são transportados conosco durante todo o percurso) e já fizemos vários experimentos para tentar aumentar a proteção durante o transporte, utilizando recursos como papelão, plástico bolha etc. Mesmo assim, o quadro da bike do Paulo, a Enterprise, já chegou a sofrer uma leve avaria, numa outra ocasião. Importante: quando se trata de transporte aéreo, esvazie um pouco os pneus da bicicleta pois, caso estejam cheios, a pressão poderá fazer com que estourem.

Por essas e outras, pensando no bem estar de El Diablo e da Enterprise, optamos pela Iberia, que, conforme informações, tinha caixas de papelão próprias para transporte de bike (segundo as mesmas informações, a KLM também dispunha das tais caixas).

No geral, foi tudo tranquilo: na ida (São Paulo – Madri), ao realizar o check-in, pedimos as caixas, pagamos o valor esdrúxulo cobrado por elas (já estávamos psicologicamente preparados e já tínhamos conversado sobre o assunto) e ficamos felizes ao ver as bicis encaixotadas.

Na volta (Porto – Madri – São Paulo) não tivemos a mesma sorte, pois a companhia aérea não tinha caixas disponíveis para as bicicletas. Aliás, a princípio, a funcionária da Iberia queria cobrar um adicional de muitos euros por elas. Alguma conversa depois, uma ligação dela para alguém e tudo se esclareceu: era um equívoco e, claro, não foi necessário pagar nada.

Vale registrar que, em alguns outros aspectos, a Iberia também não foi muito legal. Foi bem chato, por exemplo, o mega atraso da tripulação para chegar ao aeroporto na ida (mais de uma hora) e o super atraso na decolagem na volta (passageiros embarcados e manutenção do avião sendo feita na pista, por mais de uma hora). O curioso é que eu já havia utilizado a Iberia e tinha tido uma boa impressão da companhia. Talvez tenham sido problemas isolados, mas confesso que não pretendo tirar a teima.

Ainda sobre transporte, se você pretende sair de algum ponto da Europa diferente de Saint-Jean-Pied-de-Port ou ir para outro lugar depois de chegar a Santiago sem utilizar a bicicleta, fique atento: há trens nos quais a bike não é permitida e eu aposto duas cervejas como a imagem de um trem foi a primeira coisa que veio à sua cabeça quando você teve essa ideia. Acertei? :)

Descobrimos isso enquanto planejávamos a viagem, já que a proposta inicial era começar nossa bicigrinação em Lourdes e não em Saint-Jean. Assim, ao chegar, iríamos de Madri a Lourdes de trem. Ao simular a compra dos bilhetes pela internet, havia símbolos de bicicleta em alguns trechos do percurso e em outros não. Para descobrir o que significava aquilo, recorremos ao Bicigrino e a resposta foi: “nos trens de larga distância da Espanha não são admitidas bicicletas”. Moral da história: ao planejar o roteiro, verifique, antes, a sua viabilidade, para evitar surpresas desagradáveis.

Aproveitando que o tema em destaque nestas dicas práticas é a locomoção, vale deixar registrado que o Caminho Francês é muito bem sinalizado. Claro que mapas e guias ajudam bastante, mas a sinalização do Caminho, frequente e bem aparente, é praticamente suficiente para guiar os bicigrinos/peregrinos. 
  
Trecho do Caminho Francês

Trecho do Caminho Francês

Trecho do Caminho Francês

Buen Camino e continue conosco; nas dicas práticas parte III, um tema que interessa a todos: comer e dormir. Aguarde!

P.S.1 A seguir, mais algumas fotos de trechos do Caminho Francês, só pra dar um pouquinho de água na boca e aumentar a expectativa da viagem.










P.S. 2 Mais sobre trens na Europa, aqui.

P.S.3 Fotos: Pepê Esteves e Camila Guido.

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