quarta-feira, 8 de janeiro de 2020

Transborda

Acordei me derramando de você, minhas linhas se multiplicando, meus contornos perdendo o freio de desenho morno.

Sua presença terra é quente mesmo quando vem pelo ar, mar de cintilância que me invade e desordena a métrica inexistente do tempo. Você em mim é sem cronologia de horas e minutos, é expansão de azul em febre vermelha.

Eu te ouviria falar milênios de civilização sem reduzir um átimo do espaço-tempo de nós.

Nós que explodem no deserto em segredos confessos nas linhas de um grafite.


Te dou o meu corpo para ser o lugar onde a gente escreve a história do porvir.

Nenhum comentário:

Postar um comentário