Dois homens, uma máquina grande. De lavar roupas? Olho para o buraco que há no centro dela e fixo meu olhar ali. Eu não quero olhar para os olhos de um dos homens pois, se olhar, farei algo que eu não quero. Eles discutem sobre algo. Eu digo que não quero, que não vou olhar. Um carro. Há uma casa ali, rua, calçada, tudo perto e ao mesmo tempo longe. Um deles vai e volta. Volta para o carro? Quem são eles? Eu os conheço.
Outra casa, outra cena, outro carro. Verde no ferro fundido. Portões de grade, corrente, cadeado. Um outro homem. Ele sai do carro? E eu, estou no carro? Olho por entre as grades do portão e falo com alguém. Uma mulher. Não tem ninguém lá? Está tudo vazio? A cena é triste e fechada, a casa é triste.
Outra cena, outra casa, uma chácara. Mesmo lugar de um outro sonho. Há sol, árvores, gramado, piscina. A casa é marrom, quadrada. Só vejo uma parte dela. Há um caramanchão.
Estou de volta à casa triste e o outro homem está lá. Ele se aproxima, por dentro, do portão. Fala algo sobre caixas de ovos. Caixas de ovos? Eu não entendo. Eu quero entender que ovos, que caixas. Do que é que ele está falando? E de repente a casa triste se abre em chácara, em caramanchão, e o homem caminha para lá. O espaço todo adquire um ar sinistro e eu não quero estar lá. O homem é o meu pai.
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