quarta-feira, 25 de fevereiro de 2009

Chile

Foto: Camila Guido


Há pouco mais de um ano, no final de 2007, acordei com uma idéia martelando a minha mente: eu tinha que ir a Santiago, no Chile. As férias estavam chegando e, com exceção do plano de diminuir a pilha de livros a serem lidos e a de filmes a serem vistos, eu não havia programado mais nada.

Assim, algumas horas mais tarde, com um destino na cabeça e um computador nas mãos, comprei uma passagem aérea e, dias depois, lá estava eu, desembarcando no país de Pablo Neruda, Gabriela Mistral e Salvador Allende.

Passei uma semana em Santiago, com uma ida a Valparaíso e outra a Viña del Mar (ambas ficam a aproximadamente 120 km de Santiago e é possível ir e voltar no mesmo dia) e só me arrependo (muito) de não ter ido também a Isla Negra, onde está uma das três casas de Pablo Neruda (as outras estão em Santiago e em Valparaíso e ambas valem a visita).

Estreito e comprido, o Chile é, geográfica e climaticamente, muito diversificado e contrastante, de forma que uma viagem de ponta a ponta pelo país deve ser, para dizer o mínimo, extasiante. Minha experiência, breve e restrita a três cidades, não abarcou o deserto ou os parques nacionais, mas, mesmo assim, foi suficiente para que eu caísse de amor pelo país.

Cheguei a Santiago numa noite fria e, na manhã seguinte, ao acordar, fui recepcionada pelo azul intenso do céu sem nuvens e por um clima agradável, quase perfeito (um pouco mais frio e eu estaria no paraíso). Mochila nas costas, saí, sem grandes expectativas, para um passeio, ao longo do qual fui vítima de um feitiço que não se desfez até hoje. A vista panorâmica que o Cerro Santa Lucía oferece da cidade, assim como o próprio parque, que é uma graça, deram início ao encantamento que se completou horas mais tarde quando, caminhando distraidamente por uma rua, fui tomada por uma sensação de perplexidade e alegria ao vislumbrar, de repente, um pedacinho da cordilheira que circunda a cidade e que se mostra assim, sem mais, nos momentos mais inesperados, aos seus moradores e visitantes, como um presente da natureza em meio ao cotidiano urbano (que em Santiago não é caótico, violento, sujo ou estressante).

Mas o toque final, aquela pitadinha que o feiticeiro joga por último no caldeirão, foi, sem dúvida, a amabilidade, a educação, a honestidade e a simplicidade do povo chileno que, nas três cidades visitadas, me deixou comovida e, confesso, um pouco chocada.

Ou seja, Santiago e o Chile superaram enormemente as minhas expectativas e, a esse respeito, que me desculpem os adoradores de Buenos Aires, na Argentina, com a qual Santiago costuma ser comparada, mas a capital chilena é, na opinião da autora deste blog (cujos pensamentos, vocês sabem, são inadequados), infinitamente mais bonita, charmosa, autêntica e simpática que a portenha.

Como eu já disse, minha estada no Chile foi bastante curta e restrita; porém, considerando o feitiço que se apoderou de mim, pretendo voltar para uma visita mais longa e diversificada, trazendo mais informações para este blog. Por enquanto, espero que, com as dicas abaixo (Chile no papel/Chile virtual e Santiago do Chile: onde ficar) e com as que serão publicadas nos próximos dias, a sua viagem seja tão feliz quanto a minha.

P.S.1 Não esqueci o prometido no post Deus salve a internet, de 25 de dezembro de 2008; mais dicas sobre a Europa estão no forno, para serem degustadas em breve.

P.S.2 Para fotos de Santiago do Chile, clique aqui.

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