sábado, 3 de novembro de 2018

We will rock you

Da cadeira do cinema eu penso no vazio da guerra daqueles que tentam destruir o desejo. Penso nos montes de palavras mentirosas e de atos violentos e inúteis daqueles que não suportam olhar para a cara das suas verdades e que, ao invés de mexer algum dedo para tentar puxar as máscaras que as encobrem, apontam indicadores e polegares para aqueles que ousam usar seus corpos e mentes para fazer do sexo e do pensamento individual instrumentos de felicidade, liberdade e racionalidade. O filme segue e com ele o meu pensamento de que nem os genocídios foram capazes de exterminar a verdade que reside em cada um de nós e que se mostra refletida no tesão de viver de acordo com o próprio desejo ou no medo e na tensão de quem não banca nem sequer a própria pequenez. Até hoje e desde sempre a cafonice de quem se detesta não conseguiu obliterar a beleza e a universalidade daquilo que inebria os sentidos de quem se permite invadir pela expressão da verdade do outro sem medo de ser aniquilado pela possibilidade de reconhecer nela a sua própria.

Eu pensava nisso enquanto via transbordar da tela do cinema a sensualidade da irreverência, da inteligência e da autenticidade da verdade irrefreável de Freddie Mercury, que encontrou no Queen a configuração perfeita para expressar aquilo que, a despeito de todas as especulações e críticas mesquinhas à sua vida privada, capturou a verdade de bilhões de pessoas, antes e agora, provando o que a história da humanidade está aí para contar: é melhor criar coragem e olhar para a cara do desejo pois serão eternamente inúteis as tentativas de aniquilá-lo.

É bom se acostumar: we will rock you. Ontem, hoje e sempre.


P.S.: Este post foi inspirado pelo filme Bohemian Rhapsody e por outras coisinhas mais.


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