sábado, 18 de julho de 2009

Leonard Cohen, Colônia e o amor


De volta ao Brasil, já posso divulgar, como prometido no último post, a lista dos melhores shows da viagem.


Mais uma vez (o mesmo aconteceu no ano passado),
Leonard Cohen e os excelentes músicos que o acompanham ficaram em primeiro lugar e o show de quase três horas em Colônia, na Alemanha, foi ainda mais emocionante que o de 2008, em Londres.


Durante o show, os alemães se mostraram pelo menos cinco vezes mais empolgados que os ingleses; cantavam, aplaudiam e demonstravam tanta adoração pelo escritor, compositor, cantor e monge budista que o resultado da apresentação foi Leonard encerrando o show (depois de três retornos ao palco) abraçado aos músicos, num discurso emocionado de agradecimento. A essa altura, quem estava na pista já havia abandonado sua cadeira há muitas músicas para compartilhar, o mais próximo possível do palco, a alegria e o prazer que vinham de lá.



Aliás, é importante notar que o encanto do show não está apenas em Leonard Cohen; os músicos que o acompanham são uma história à parte e, como disse a Sophie, amiga que esteve conosco no show de Colônia, tudo é muito delicado, elegante e chic. É difícil não se encantar, por exemplo, com o sorriso, a voz clara e poderosa e o gestual sutil e sem afetação de
Sharon Robinson, compositora, cantora e uma das backing vocals de Leonard que, entre outras coisas, produziu e escreveu com ele as músicas de Ten New Songs, disco de 2001 em que ela aparece ao seu lado na capa.




Para mim, o show de Colônia teve um fator extra: se no de Londres eu estava ansiosíssima para saber o repertório e para ver e ouvir Leonard Cohen, no de Colônia, menos tensa, acabei prestando mais atenção aos detalhes. Além disso, estávamos muito perto do palco, de forma que foi possível observar os músicos, seus movimentos e expressões sem a ajuda do telão (o que, no caso de um show como esse, faz toda a diferença).





No mais, para chegar ao lugar do show (que, de uma certa forma, é uma celebração do amor), havíamos cruzado o Reno pela Ponte Hohenzollern, onde o número de
cadeados do amor (que você vê nas fotos abaixo) não para de crescer. Num determinado momento, Leonard contou que naquele dia havia atravessado a ponte, colocado seu cadeado nela e jogado a chave no rio para, depois, do outro lado do Reno, onde fica a Catedral de Colônia, acender uma vela. Com humildade, simplicidade e simpatia, continuou, lembrando o quão privilegiados éramos, banda e público, por, num mundo como o nosso, podermos estar ali naquela noite, nos divertindo tranquilamente.




Por essas e por outras, eu, que, há algum tempo, de fã virei devota, continuo insistindo: se puder, reúna esforços e compre um ingresso e uma passagem, mas não passe pela vida sem ir a um show de Leonard Cohen.

Fotos: Camila Guido e Carlos Soares

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