Ata-me, é o que me vem à mente quando olho para o branco estampado na tela do computador. Me dá um nó, me amarra à vida. Não que a sensação de descolamento que venho sentindo ultimamente seja ruim. Não. É como estar permanentemente pisando em uma camada de algodão, como flutuar; é de uma leveza que eu não conhecia, ou melhor, de uma leveza que conheci há muito tempo e da qual já havia me esquecido. As causas eram diferentes, o contexto também, mas o descolamento (quase escrevi deslocamento) já esteve lá, já esteve aqui. Menos leve, pois havia uma fissura mais pronunciada, a do tempo, a da preocupação com o tempo, com o futuro. Eu vivia tão à espera do futuro que, quando ele chegou, mal percebi.
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O futuro, essa coisa lisa e macia, que brilha e explode como as bolhas de sabão sopradas pelas crianças. Horrorizada, maravilhada, eu ando sobre ele.
Sobre o futuro, essa coisa que não existe.
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