segunda-feira, 12 de julho de 2010

Lago Titicaca - Ilhas Uros e Taquile

Continuando a arrumação iniciada aqui, volto ao Peru para falar um pouquinho sobre o Lago Titicaca, mais especificamente sobre a visita às Ilhas Uros e Taquile, que, seja pela beleza ou pelas especificidades do passeio, merece registro.

Foi de Puno que partiu o passeio que fizemos pelo Lago Titicaca e, para saber mais sobre onde ficar na cidade e a maneira pela qual contratamos o passeio (a não ser que eu esteja equivocada, não há outra forma de um turista navegar pelo lago, além da sua inserção em um dos muitos barcos excursionistas que partem diariamente para visitar as ilhas), clique aqui.


O rolê pelo Lago Titicaca começou com uma parada nas Ilhas Uros, construções feitas pelos nativos a partir da totora, uma espécie de junco que nasce no próprio lago. Ao chegar a uma das ilhazinhas (são várias, umas próximas às outras e cada uma com uma pequena comunidade), a recepção pelos nativos contou com uma demonstração, feita com o que eu denominaria de maquetes, da construção das ilhas. Também houve venda de artesanatos, pequena navegação em canoa (também feita com totora), canto etc.







Após cada demonstração, um pedido de contribuição em dinheiro acontecia.




De volta ao barco, rumamos para a Ilha Taquile. Lá, o lago se alarga e a paisagem muda, ficando ainda mais bonita. Naquele dia ensolarado e azul, o visual era de caixar o queixo.

A ilha, maravilhosa e natural, abriga uma população nativa que vive bastante isolada do continente. Como parte do passeio guiado, almoço na casa de uma família nativa, apresentação de dança, rolê pela praça e vamos que vamos, pois o barco tem que voltar. Mais uma vez, pedidos de contribuições rolaram sempre que possível.








De volta pra casa, ficou uma sensação estranha: que tipo de viagem é essa afinal? A presença dos turistas nessas comunidades isoladas é boa ou ruim? Como é evidente o acordo entre guias turísticos e comunidades locais, quem fica com a maior parte da grana? O turismo, nessas situações, traz benefícios econômicos à população nativa ou é só mais uma forma de exploração?

Ainda não consegui formular um pensamento objetivo a respeito do assunto e, a despeito da beleza do lugar, ficou, também, das Ilhas Uros e Taquile, a impressão de ter estado ali como uma espécide de intrusa.

A sensação de estranheza, aliás, veio logo após a visita, quando comentei com o Carlos que foi ótima a nossa decisão de não dormir em nenhuma das ilhas (é possível pernoitar nas ilhas, o que, em termos de conforto, desaconselho com relação às Ilhas Uros, pois imagino que a base de totora, permanentemente úmida, combinada ao frio do lugar, não propicie uma boa noite de sono), pois eu teria me sentido mal.

Sensibilidades e elucubrações à parte, o Lago Titicaca é um esplendor e, se você quer conhecê-lo, vá em frente. Antes, porém, prepare o bolso e o coração.

P.S.1 Este relato é baseado na viagem que fiz ao Peru em abril de 2009.

P.S.2 As fotos deste post, tiradas naquela ocasião, são minhas.

P.S.3 Mais sobre o Peru, aqui.

Um comentário:

  1. Eu também me fiz essas perguntas quando estive em Uros, mas ainda assim achei que foi um dos passeios mais impressionantes que fiz na viagem ao Peru.

    Que bom que você retomou o blog! :)

    Beijos!

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